Dia dos Povos Indígenas: conheça os povos originários de Mato Grosso
Por Lucas Bellinello
Nesta quinta-feira (19/04), é celebrado o Dia Nacional dos Povos Indígenas, e é importante lembrar da diversidade e pluralidade cultural presente nesses povos. No Estado de Mato Grosso, onde vivem 43 povos indígenas diferentes, segundo o Censo IBGE 2010, é possível encontrar diversas culturas e modos de vida distintos.
Um exemplo disso é o Parque Indígena do Xingu, que é formado por 16 etnias diferentes, incluindo os Aweti, Kalapalo, Kamaiurá, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Trumai, Wauja, Yawalapiti, entre outras. Apesar de terem uma grande similaridade no modo de vida e visão de mundo, cada grupo indígena faz questão de cultivar sua identidade étnica.
As organizações indígenas, como a Associação Terra Indígena do Xingu, têm um papel fundamental na interlocução com a sociedade nacional e na criação de projetos de educação, alternativas econômicas e proteção do território.
Outro povo presente em Mato Grosso são os Nambiquara, que vivem em pequenas aldeias nas altas cabeceiras dos rios Juruena, Guaporé e, no passado, do rio Madeira. Eles habitam tanto o cerrado quanto a floresta amazônica e as áreas de transição entre os dois ecossistemas. Os Nambiquara se caracterizaram pela mobilidade espacial e têm preservado sua identidade através de um misto de altivez e abertura ao mundo.
Os Xavante também são um povo indígena presente em Mato Grosso, e tornaram-se famosos no Brasil na década de 1940, com a massiva campanha que o Estado Novo empreendeu para divulgar sua “Marcha para o Oeste”. A campanha promoveu a equipe do SPI (Serviço de Proteção aos Índios) por seu trabalho de “pacificação dos Xavante”. No entanto, o grupo local que foi “pacificado” pelo SPI em 1946 constituía apenas um dentre os diversos grupos xavante que habitavam o leste de Mato Grosso.
Por fim, temos o povo Bororo, que se caracteriza por sua complexa organização social e pela riqueza de sua vida cerimonial. Apesar de hoje terem direito a um território descontínuo e descaracterizado, o vigor de sua cultura e sua autonomia continuam presentes.
Em resumo, é fundamental celebrar a diversidade cultural dos povos indígenas de Mato Grosso e do Brasil, reconhecendo a importância de preservar suas culturas e garantir seus direitos territoriais e humanos.
