Universidade Federal de Mato Grosso investiga denúncias de fraudes na lista de aprovados do Sisu
Por Lucas Bellinello
Depois de diversas denúncias feitas por alunos e a divulgação do caso por influencers nas redes sociais, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) anunciou a abertura de uma investigação para apurar possíveis fraudes na lista de aprovados da segunda chamada das vagas remanescentes do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
De acordo com o site Leia Agora, a denúncia foi feita por estudantes do curso de medicina, que alegam que vários casos de pessoas que afirmam não terem feito a inscrição foram aprovados e seus nomes constam na lista divulgada pela universidade.
Segundo relatos de uma aluna que preferiu não se identificar, havia apenas duas vagas disponíveis para medicina em ampla concorrência, o que chamou a atenção dos candidatos. Ao conferir a lista, ela descobriu que as duas pessoas aprovadas não haviam se inscrito e eram influencers de estudo. Entre eles estão Umberto Marino, um professor de matemática que vende cursos e atualmente está na Austrália, e Gabriela Favilla, que já passou para medicina na última edição das vagas remanescentes, começou o curso na UFMT, mas preferiu cursar na UFMG em seu estado natal. Além disso, a terceira pessoa da lista é Vinicius de Oliveira, namorado de Gabriela, que já é aluno de medicina na UFMT.
Os estudantes afirmam que o processo de inscrição para as vagas remanescentes é simples e requer apenas o CPF do candidato, não sendo necessário cadastrar outros documentos pessoais. Essa facilidade acaba tornando as fraudes mais viáveis. Segundo a denunciante, os CPFs das pessoas famosas são facilmente encontrados no Google, o que permite que qualquer pessoa inscreva-se utilizando esses dados.
Os casos de fraude não se restringem ao curso de medicina, mas se estendem a outros cursos da universidade. Parece que alguém com más intenções entrou na página e realizou inscrições em nome de várias pessoas, como relatado pelos alunos.
Outra situação reportada pelos acadêmicos é a troca de vagas destinadas às cotas por vagas de ampla concorrência. Alguns estudantes afirmam ter escolhido o sistema de cotas, mas seus nomes apareceram na lista de ampla concorrência, causando frustração e revolta.
Os alunos entraram em contato com a coordenadoria dos cursos, porém, foram informados de que a situação não poderia ser resolvida, uma vez que não é possível afirmar com certeza que as pessoas em questão não se inscreveram.
A UFMT, por meio da Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg), emitiu uma nota informando que adotou todas as medidas necessárias para apurar as denúncias relacionadas ao processo seletivo em curso e que tomará as providências cabíveis.
Diante das irregularidades apontadas, os alunos estão preocupados com a possibilidade de que as duas vagas fraudadas não sejam preenchidas e que candidatos legítimos acabem sendo prejudicados. A falta de ação por parte da universidade tem gerado indignação.