VARIEDADE

Seduc implementa aulas de robótica na Escola Estadual de Educação Indígena Jula Paré

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A união do conhecimento tradicional às inovações tecnológicas tem transformado a realidade da Escola Estadual de Educação Indígena Jula Paré, na Aldeia Umutina, na zona rural de Barra do Bugres (a 200 km de Cuiabá). A unidade, que funciona em tempo integral, atende 65 estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio que vão participar pela primeira vez, a partir de agosto, das aulas de robótica educacional.

O primeiro passo para a implantação da nova disciplina já foi dado. Doze professores indígenas foram capacitados para ministrar as aulas do programa SIMRobótica.

O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, destaca que a escola é pioneira e servirá de modelo para ações semelhantes em muitas das 80 escolas de educação indígena de Mato Grosso, que atendem mais de 10 mil estudantes de 43 etnias.

“É uma iniciativa da Seduc que representa grande avanço para a educação e uma oportunidade única para desenvolver habilidades entre as crianças e adolescentes indígenas, por meio de uma metodologia ativa que utiliza os conjuntos da LEGO® Education”, diz.

O secretário destaca que a comunidade tem incorpordo a responsabilidade de fortalecer a educação e atuado para engajar a escola Jula Paré por entenderem que, com o SIMRobótica, tanto os educadores e quanto os alunos irão aprender não apenas sobre tecnologia, mas também terão a oportunidade de desenvolver competências e habilidades para toda a vida.

“Ao unir conhecimento tradicional às inovações tecnológicas, a robótica educacional está promovendo a valorização da cultura indígena, ao mesmo tempo em que prepara os jovens para um mundo cada vez mais tecnológico e globalizado”, observa.

A diretora da escola, Eliane Boroponepa Monzilar, mestre em Desenvolvimento Sustentável para Povos Indígenas e doutora em Antropologia Social, afirma que, para a comunidade escolar, é um grande privilégio ser contemplada com o programa tecnológico. “Nos sentimos lisonjeados em sermos a primeira escola indígena a ser contemplada neste projeto, que, para nós da comunidade, é inovador e visa o desenvolvimento e o aperfeiçoamento do ensino-aprendizagem”, comenta.

Eliane diz, ainda, que os estudantes terão aulas que irão estimular o pensamento criativo, entre tantas outras habilidades e competências, como o trabalho em equipe e a cooperação. “O programa vai fazer com que eles possam exercitar o raciocínio, ter concentração, criatividade e, principalmente, ter paciência e o conhecimento na área tecnológica. Então, isso é muito importante para a comunidade escolar. A partir desta capacitação, os educadores serão multiplicadores”, completa.

Para o professor Luizinho Ariabo Quezo, orientador pedagógico atuante na implantação na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da escola, a capacitação trouxe um grande ganho.

“No decorrer do curso, percebi o quanto foi importante essa capacitação. Como a escola é de tempo integral, os estudantes terão momentos para as montagens e de distração ao mesmo tempo”, observa o educador, que é pós-graduado em Educação Indígena e em Ensino e Linguagens em Contexto Intercultural.

Fernanda Katiane, orientadora do programa SIMRobótica, conta que foi uma semana intensa de capacitação, que terminou com a apresentação dos protótipos montados pelos professores para os estudantes. “Nossa equipe foi muito bem recebida e tenho certeza que o programa de robótica será muito bem aplicado por eles. Ter acesso a esta tecnologia é desafiador”, pondera.”A capacitação também incentiva os educadores a se tornarem agentes de transformação social dentro da comunidade onde vivem. Não queremos apenas ensinar tecnologia, mas, proporcionar conhecimentos para que todos tenham as mesmas oportunidades que as crianças e adolescentes das escolas urbanas”, finaliza Fernanda.

Com Assessoria

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