Prefeito de Sorriso e servidores firmam acordo após investigação por associação criminosa
Ari Lafin, secretários e servidores pagam multas e comprometem-se a comparecer regularmente à justiça.
Uma investigação conduzida pela Delegacia do Grupo Operacional Permanente, ligada ao Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO), identificou atividades suspeitas envolvendo autoridades do município de Sorriso.
O prefeito Ari Genésio Lafin, o então Secretário de Administração Estevan Calvo Hungaro, o Secretário Adjunto de Obras e Serviços Públicos Nelson Roberto Campos, e a assessora adjunta Julia Catiele Nólio estão sob investigação por suposta associação criminosa, alegadamente visando compelir servidores comissionados da prefeitura a repassar parte de seus salários para o partido político do gestor municipal.
Os investigados são suspeitos de pressionar os servidores comissionados a efetuarem pagamentos mensais que variavam entre R$ 100,00 e R$ 500,00. Esses valores seriam coletados por Nelson Roberto Campos, encarregado de receber, controlar os pagamentos e cobrar os servidores considerados “inadimplentes”.
A investigação teve início após uma denúncia anônima à Promotoria Eleitoral da 43ª Zona Eleitoral da Comarca de Sorriso/MT. Mandados de medidas cautelares foram emitidos contra os investigados e cumpridos em 18 de agosto de 2021.
Um relatório técnico de 2023, elaborado pela agente policial do Grupo Operacional Permanente, examinou conversas entre os investigados e alguns servidores comissionados da prefeitura.
Essas conversas indicaram não apenas a cobrança dos pagamentos, mas também um controle detalhado dos valores, facilitando a cobrança dos devedores. Uma planilha intitulada “CAIXA – ARI LAFIN 2015”, encontrada no dispositivo eletrônico de Nelson Roberto Campos, foi mencionada no relatório, contendo a observação “Cobrar todo dia 10”.
Como resultado das investigações, os investigados foram indiciados por associação criminosa e concussão, com o concurso material de crimes. No entanto, devido às penas mínimas serem inferiores a 4 anos e não envolverem violência ou ameaça grave, foi possível firmar um Acordo de Não Persecução Penal, conforme previsto no artigo 28-A do Código de Processo Penal.
Em 4 de março de 2024, ocorreu uma audiência para homologação do acordo com o Ministério Público. Conforme os termos do acordo, o prefeito Ari Genésio Lafin pagará R$ 200 mil e deverá comparecer mensalmente à secretaria do Juízo penal competente por 2 anos para informar endereço e justificar atividades.
O Secretário Estevan Calvo Hungaro pagará R$ 50 mil e terá o mesmo compromisso de comparecer mensalmente à secretaria do Juízo da Execução Penal competente por dois anos.
Julia Catiele Nólio pagará R$ 30 mil e também comparecerá mensalmente por dois anos à secretaria do Juízo da Execução Penal competente.
Além do valor a ser pago, Nelson Roberto Campos assumiu o compromisso de comparecer mensalmente por dois anos à secretaria do Juízo da Execução Penal competente.
O desembargador Paulo Cunha ordenou a lavratura de um termo de homologação para assinatura, dando início ao prazo de dois anos estipulado nos acordos.
Fonte: R9News