O que Belchior achava da paródia que os Mamonas Assassinas fizeram dele?
Na sétima faixa do único disco de estúdio dos Mamonas Assassinas, intitulada ‘Uma Arlinda Mulher,’ Júlio Rasec faz uma voz que tira sarro de Belchior
Fonte: Felipe Grutter (@felipegrutter) – Rolling Stones Brasil.
Na curta e meteórica carreira, Mamonas Assassinas faziam diversas piadas e paródias com os mais diversos estilos sonoros, tanto do Brasil quanto do exterior. Um dos alvos foi Belchior, dono de sucessos como “Tudo outra vez,” “Coração selvagem” e “Sujeito de Sorte,” que chegou até a opinar sobre o que ele achou da citação.
Na sétima faixa do disco Mamonas Assassinas (1995), intitulada “Uma Arlinda Mulher,” o tecladista Júlio Rasec faz uma voz caricata, bastante parecida com a de Belchior, e canta versos que parodiam um poema, para dar um ar mais intelectual:
“Você foi agora a coisa mais importante /
Que já me aconteceu neste momento /
Em toda a minha vida /
Um paradoxo do pretérito imperfeito /
Complexo com a teoria da relatividade /
Num momento crucial um sábio soube saber /
Que o sabiá sabia assobiar /
E quem amafagafar os amafagafinhos /
Bom amafagafigador será.”
Em entrevista rara (via Geração Crítica), Belchior foi questionado sobre o modo como ele reagiu à brincadeira da banda de rock. “Olha, achei sempre as músicas dos Mamonas muito alegres, livres, soltas e censuráveis. Naturalmente, é música de adolescente,” afirmou.
“Durante muito tempo, no Brasil, valeu como válvula de escape para esse tipo de repressão à palavra, que sempre houve entre nós, e eles souberam tão bem dramatizar e colocar em cena, no palco, com vigor, energia, juventude e alegria,” continuou o cantor.
Senti-me muito feliz com a lembrança que eles tiveram em parodiar a minha voz e um estilo todo de composição, não é? Achei super legal e posso até dizer, publicamente, que fui uma das primeiras pessoas que fizeram declarações favoráveis à atuação e estilo dos Mamonas Assassinas.”
