POLÍTICA

Recessão à vista: Pedidos de seguro-desemprego começam o ano com alta histórica

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Por Lucas Bellinello

O número de pedidos de seguro-desemprego no Brasil voltou a aumentar no início de 2023, atingindo 614.085 requerimentos em janeiro, o que representa um aumento de 16% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando houve 529.826 solicitações. No acumulado de 2022, as solicitações aumentaram 9,9%, totalizando 6,689 milhões de requerimentos.

O governo repassou 23,978 milhões de parcelas do benefício aos trabalhadores que perderam o emprego, totalizando R$ 35,969 bilhões em desembolsos, um aumento de 16,5% em relação a 2021.

O pesquisador sênior da área de Economia Aplicada do FGV Ibre, Fernando de Holanda Barbosa Filho, explica que a alta no número absoluto de pedidos de seguro-desemprego tem muito mais a ver com o aumento da formalização do emprego no ano anterior. Com a formalização, mais pessoas se tornaram elegíveis ao seguro-desemprego.

No final de cada ano, há um ajuste no número de empregos, com a contratação de temporários e a efetivação de alguns, mas grande parte não é efetivada, o que aumenta o percentual de pessoas com acesso ao seguro-desemprego.

A taxa de desemprego fechou o ano de 2022 em 9,3%, o menor valor desde 2015, segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE. No último trimestre do ano passado, 7,9% da população estava procurando emprego, um recuo de 0,8 pontos percentuais em relação aos três meses anteriores.

O Caged (Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho Social, mostrou que o país abriu 2.037.982 vagas de trabalho com carteira assinada ao longo de 2022, mas com desaceleração em dezembro.

A tendência para este ano é de desaceleração no mercado de trabalho, segundo Barbosa Filho. O PIB (Produto Interno Bruto) do último trimestre de 2022 já foi mais fraco, indicando um mercado de trabalho menos aquecido.

Além disso, a política monetária apertada do governo para controlar a inflação também deve contribuir para o desaquecimento da economia.

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