Idealizador do VAR diz não acreditar em árbitros envolvidos na manipulação de jogos
Manoel Serapião Filho foi um dos idealizadores do VAR no futebol. Em 2015, quando trabalhava na CBF, Serapião integrou o grupo que levou à Fifa o projeto de adoção do VAR, cujos primeiros experimentos já começariam no ano seguinte.
Em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, nesta terça-feira (9), o ex-árbitro disse não acreditar nem suspeitar que juízes ou dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol possam estar envolvidos com possíveis manipulações de resultados de jogos. A CPI também ouviu o ex-oficial da CBF, Rômulo Meira Reis. O terceiro depoente, o empresário William Rogatto, não compareceu.
Transcrição
EM DEPOIMENTO À CPI QUE INVESTIGA A MANIPULAÇÃO DE RESULTADOS NO FUTEBOL, MANOEL SERAPIÃO FILHO, IDEALIZADOR DO “VAR”, DISSE NÃO ACREDITAR NO ENVOLVIMENTO DE ÁRBITROS EM FRAUDES.
A CPI TAMBÉM OUVIU, NESTA TERÇA-FEIRA, O EX-OFICIAL DA CBF, RÔMULO MEIRA REIS. O TERCEIRO DEPOENTE, O EMPRESÁRIO WILLIAM ROGATTO, NÃO COMPARECEU À COMISSÃO DE INQUÉRITO. REPÓRTER PEDRO PINCER:
Ex-árbitro Fifa, Manoel Serapião Filho foi um dos idealizadores do VAR no futebol. Em 2015, quando trabalhava na CBF, Serapião integrou o grupo que levou à Federação Internacional de Futebol o projeto de adoção do VAR, cujos primeiros experimentos já começariam no ano seguinte. Ele disse que a qualidade do VAR no Brasil ainda não é a ideal, mas afirmou que o uso dessa tecnologia está dando mais segurança ao futebol, ao corrigir distorções e equívocos em lances difíceis para a arbitragem. Em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas nesta terça-feira, o ex-árbitro disse não acreditar nem suspeitar que juízes ou dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol possam estar envolvidos em fraudes:
(Manoel Serapião Filho) “O grupo de árbitros do país é composto por rapazes sérios, corretos, honestos, com os quais eu convivi, ultimamente, por 17 anos; antes, fiz parte de outras comissões. Não vejo a mínima possibilidade de que haja manipulação, de que o grupo de árbitros do Brasil, tampouco os dirigentes de arbitragem que estão na CBF, possam induzir ou praticar qualquer ato de desvio.”
Já o ex-oficial de integridade do VAR, da CBF, Rômulo Meira Reis, disse que sua função era técnica e que recebeu treinamento da FIFA e da Conmebol para poder analisar suspeitas de fraudes no mercado de apostas esportivas que poderiam envolver decisões de arbitragem. Segundo ele, entre 2017 e 2022, foram mais de 200 alertas de denúncias ou suspeitas de manipulação de jogos que passaram por sua análise:
(Rômulo Meira Reis) “A função de oficial de Integridade é uma função nova, criada por uma deliberativa da Fifa, em que cada associação-membro (no caso do Brasil, a própria CBF) deveria estabelecer uma pessoa destinada a verificar as possíveis irregularidades entre o que acontecia em campo versus o que acontecia no mercado de apostas esportivas. Aqui no Brasil, nós conhecemos especificamente em relação à questão de casas de apostas, que são como anunciantes convencionais.”
Convocado a depor, o empresário William Rogatto não compareceu. Segundo o relator da CPI, senador Romário, do PL do Rio de Janeiro, Rogatto se apresenta como empresário de atletas, “mas tem operado na clandestinidade como manipulador profissional mediante a cooptação de jogadores, a venda de resultados arranjados e a realização de apostas. A CPI volta se reunir nesta quarta-feira para ouvir o presidente do Clube Atlético Patrocinense, Roberto Avatar. Ele deve falar como testemunha sobre a suspeita de manipulação em jogo no dia 1º de junho, quando o Patrocinense perdeu por 3 a 0 para a Inter de Limeira, pela Série D. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.
Fonte: Pedro Pincer – Rádio Senado.