POLÍTICA

Em carta a Bolsonaro, 14 governadores pedem compra de vacina

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Foto Reprodução

14 chefes de Estado, entre eles o governador de Mato Grosso, assinaram ontem, quinta-feira (04) uma carta cobrando medidas céleres do Governo Federal para a compra de vacinas contra a Covid-19. No documento, os governantes afirmam que os estados estão “no limite” e que apenas a vacinação em massa poderia evitar um colapso total nos sistemas de saúde. Esta é a segunda carta, enviada ao presidente do país, apenas nesta semana.

 No texto, os líderes estaduais exigem que o Governo Federal acione entidades internacionais para acelerar as negociações para compra de novas doses do imunizante. De acordo com os governadores, é de conhecimento geral que nos próximos meses a crise seguirá se agravando. 

“Ninguém discorda de que, nas próximas semanas, talvez meses, a pandemia seguirá ceifando vidas, ameaçando, desafiando e entristecendo todos nós”, afirmam. 

Em um outro trecho da carta, os chefes dos Executivos estaduais reforçam que é preciso ter pressa para imunizar o maior número de pessoas possível. “Acompanhamos o anúncio de novas aquisições pelo Ministério da Saúde, mas também percebemos que é preciso agilizar mecanismos de compra, explorar e concretizar todos os meios de aquisição disponíveis, para vacinar, no menor espaço de tempo possível, a maior quantidade de brasileiros. Se não tivermos pressa, o futuro não nos julgará com benevolência”, finalizou. 

Esta é a terceira carta assinada por Mauro Mendes e endereçada ao presidente Jair Bolsonaro, já que em janeiro o governador também assinou um documento juntamente com outros governadores exigindo que a União resolvesse os problemas diplomáticos com a China e a Índia, buscando garantir doses dos imunizantes.

Além do governador de Mato Grosso, assinaram a carta: Renan Filho (MDB), de Alagoas; Waldez Goés (PDT), do Amapá; Rui Costa (PT), da Bahia; Camilo Santana (PT), do Ceará; Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo; Flávio Dino (PC do B), do Maranhão; Helder Barbalho (MDB), do Pará; João Azevedo (Cidadania), da Paraíba; Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco; Wellington Dias (PT), do Piauí; Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte; Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; e Belivaldo Chagas (PSD), de Sergipe.

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Leia a íntegra: 

CARTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 

Os Governadores dos Estados abaixo assinados solicitam ao Presidente da República Federativa do Brasil imediata adoção das providências necessárias a fim de viabilizar a obtenção – junto a entidades estrangeiras e organismos internacionais – de novas doses de imunizantes contra a Covid19, de modo a auxiliar no controle do aumento exponencial dos casos de infecção e do número de óbitos pelo coronavírus, conforme observado nos últimos dias em todo o território nacional.

Os Entes Federados têm envidado todos os seus esforços, mas estão no limite de suas forças e possibilidades. Nos últimos meses, instalaram milhares de novas vagas em Unidades de Terapia Intensiva, contrataram profissionais de saúde de diversas áreas e viabilizaram a compra de equipamentos, além de investirem em medidas como o distanciamento social e a orientação da população por meio de estratégias claras de comunicação. 

Esse conjunto de ações, ainda que indispensável, demonstra estar próximo do exaurimento. Ninguém discorda de que, nas próximas semanas, talvez meses, a pandemia seguirá ceifando vidas, ameaçando, desafiando e entristecendo todos nós. 
Nesse contexto, a vacinação em massa, com a maior brevidade possível, é a alternativa que se afigura como a mais recomendável, e, provavelmente, a única capaz de deter a pandemia, permitindo que o Brasil, seus Estados e Municípios, aos poucos, possa retornar à normalidade, com as devidas medidas sanitárias e econômicas. 

Reconhecemos que, neste grave momento, há no mundo uma extraordinária procura por vacinas, junto a diferentes fornecedores. Acompanhamos o anúncio de novas aquisições pelo Ministério da Saúde, mas também percebemos que é preciso agilizar mecanismos de compra, explorar e concretizar todos os meios de aquisição disponíveis, para vacinar, no menor espaço de tempo possível, a maior quantidade de brasileiros. Se não tivermos pressa, o futuro não nos julgará com benevolência.

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