Com respostas vagas Vander Masson tenta justificar alteração em túmulos no cemitério
Uma coletiva de imprensa aconteceu hoje pela manhã na prefeitura de Tangará da Serra. O objetivo era esclarecer a decisão do prefeito Vander Masson do PSDB em promover profundas alterações no cemitério municipal, incluindo a retirada dos restos mortais de centenas de pessoas que ali foram enterradas ao longo dos anos.
Masson decidiu por esta iniciativa a fim de abrir novas covas para as vítimas da COVID-19.
Em sua coletiva o prefeito tentou justificar a decisão, mas suas respostas vagas, dificultaram o entendimento da sociedade tangaraense.
“Diante da necessidade de abrir novos espaços pra sepulturas, chegamos em janeiro aqui e tínhamos apenas 200 espaços pra poder fazer sepulturas e mais 200 do gavetário que estava disponível, mas na verdade não está”, iniciou explicando o prefeito.
Em seguida Masson afirma que o gavetário estava interditado, mas que já conseguiu desinterditar. “Tínhamos que tomar uma atitude, uma reação, diante da falta de espaço para sepulturas a partir de maio porque está morrendo cerca de 60, 70, 80 pessoas por mês em Tangará, principalmente agora com a COVID”, disse ele.
Masson disse ainda que a prefeitura não possui outra alternativa, por não ter terreno comprado, mesmo tendo novos espaços no cemitério. “Nem no orçamento está previsto a compra de outra área para construção de outro cemitério”, afirmou o prefeito.
Masson acredita que entre comprar o terreno e preparar os trâmites para funcionamento de um novo cemitério, levará um ano e meio. “Aqui as coisas são muito mais complicadas”, argumentou. “Diante dessa necessidade precisamos tomar decisão e fizemos o edital dia 25 de janeiro, divulgado no dia 29 para que possamos fazer exumação de corpos sepultados como indigentes e vulneráveis, para poder desocupar”, completou ele.
INDIGENTES SERÃO “IDENTIFICADOS” – Segundo o prefeito, mesmo os corpos considerados de indigentes, serão ‘coletados’ os ossos e identificados, sem explicar como, e assim, individualmente colocados em um ossário. “Inclusive, se morrer alguém da família e quiser colocar os ossos juntos, vai lá no ossário, recolhe esses ossos e coloca junto”, afirmou.
2º EDITAL – O prefeito informou na coletiva que em 9 de março um segundo edital foi feito, direcionado para os túmulos “abandonados”. “Essa expressão num primeiro momento nos abala, mas é conforme está na lei essa expressão de abandono. Estamos fazendo um levantamento, a concessionária identificou 800 sepulturas e o nosso coordenador está fazendo a segunda vistoria pra ficar bem feito”, disse Masson.
Ainda durante a coletiva o prefeito mostrou fotos dos túmulos que considerada estar abandonados. “Estamos fazendo isso pela necessidade. Só temos sepulturas até maio, junho talvez. E aí? E aí? O processo é complicadíssimo. Fazer isso dentro de um ano é um desafio”, calculou, garantindo que, nessa etapa, as famílias não terão custos com a retirada das ossadas.